domingo, 26 de junho de 2016

A Graça de Deus




A Graça é Deus em nós


     A graça de Deus é um dom interior, sobrenatural, que nos é dado sem merecimento algum de nossa parte, mas pelos merecimentos de Jesus Cristo, em ordem à vida eterna. No Batismo a graça recebida purifica a alma do pecado. Assim, o compromisso solene do Batismo nos une a Jesus Cristo e a Ele nos ligam as relações vitais dos Sacramentos que fazem circular em nossas almas o sangue redentor de Jesus Cristo.

     Jesus Cristo ocupa o centro da referência histórica universal, cósmica e humana, porque todas as coisas foram feitas n’Ele e por Ele. O Pai colocou tudo debaixo do seu poder. Ele atrai a todos desde a cruz. Ele se entrelaça com o coração de cada um e, como amigo, nos convida a participar de sua família.

      Assim, a graça nos faz ter uma sadia ambição de aspirar às coisas do alto – boas, belas e verdadeiras – e agir com alegria, pois sabemos que podemos ser, que devemos ser, que já somos e queremos ser de Jesus Cristo.

     Pela graça somos chamados a ser filhos adotivos de Deus, discípulos queridos de Jesus Cristo e suas testemunhas. Também, somos membros vivos de seu imenso e único Corpo Místico, convocados a praticar a justiça e herdeiros do Paraíso. A graça nos conduz de um estado de pecado mortal para um estado de justiça e de amizade com Deus.

     Mediante a graça a nossa inteligência é iluminada e a nossa vontade é movida e fortalecida a fim de que pratiquemos o bem e evitemos o mal. A graça não destrói o nosso livre-arbítrio. Mas temos como real que sem o auxílio de Deus ou só com as nossas forças nada podemos fazer.
É através dos sacramentos que Deus nos comunica a graça e assim, quando somos batizados, recebemos o direito de ter as graças necessárias para viver a nossa vocação cristã.

    A graça é primazia de Deus, mas é necessária a nossa colaboração, com humildade e responsabilidade de sermos instrumentos nas mãos do Senhor.  É também em razão da graça que nos encontramos na Igreja unidos a Deus em Cristo Jesus.

Conclusão:
    
     A graça é Deus em nós. Algo vital e enriquecedor para a nossa caminhada terrena e ela nos oferece plenitude de vida e a renovação interior que diviniza, harmoniza, purifica e faz produzir frutos.

        Hoje é o dia do Senhor: Alegrai-vos!


quinta-feira, 23 de junho de 2016

Iluminados pela Doutrina Social da Igreja


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Nossa origem e nosso destino: Deus

Gradualmente as instituições financeiras e econômicas acabaram se tornando as instituições supremas. A produção econômica tornou-se, em nossa sociedade atual, a preocupação central e o crescimento econômico passou a ser a principal medida pela qual cada nação – e a humanidade como um todo – julga o seu progresso.

Em poucos séculos o ser humano desviou o foco de interesse do seu mundo interior para o mundo exterior. É um grande paradoxo que os chamados pecados capitais praticamente se transformaram em virtudes: a cobiça, também conhecida por inveja, se transvestiu de ambição; e vários outros comportamentos modernos servem para encobrir a gula, a luxúria, a soberba, a avareza, a ira. Parece que somente a preguiça não se coaduna com o falso sucesso proporcionado pelas frágeis forças motrizes do mercado: ambição, fortuna, competição, concorrência, vaidade, posse e poder.

Por mais benigna e positiva que seja a nossa visão acerca das instituições humanas, ou por mais brilhantes que pudéssemos considerar suas realizações, temos que ao desprezarem a ação de Deus em cada uma dessas realizações, tornam-se profundamente violentas em seu poder de autodestruição e uma ameaça permanente para os sistemas básicos de sustentação da vida em nosso planeta.

Nessa caminhada, o ser humano é levado a um estado de confusão permanente acerca do que vale a pena fazer e busca alternativas para preencher o vazio. Criou conceitos e indicadores para medir o bem-estar social, como se mede a febre de um enfermo. Apelidou-o de “PIB” (Produto Interno Bruto) ou “PNB” (Produto Nacional Bruto).  Se for muito positivo é ótimo e se for negativo: “salve-se quem puder”. O Discurso é privatizar o lucro e socializar o prejuízo.

Assim, não estamos preocupados com a Felicidade Interna Bruta e a trocamos por uma cultura de morte, que leva ao desequilíbrio social e à robotização do ser humano transformado em mais uma peça da engrenagem, que pode ser substituída em qualquer tempo. Não resta dúvida que manter a riqueza nas mãos de muito poucos é a razão maior da situação caótica do mundo e das relações humanas de hoje. Os problemas se acumulam permeados de ações dolosas e fraudulentas envolvendo uma gama variada de crimes que se relacionam diretamente com toda essa confusão.

O econômico muitas vezes é o parâmetro único. É muito triste constatar que, na sua insensatez, o ser humano busca mergulhar no mais profundo materialismo aquisitivo e aperta o botão de sua própria desintegração.
Há tempo e necessidade para mudança.

Neste ponto temos que abrir a porta para a atuação da Doutrina Social da Igreja que nos trás a vivência e experiência cristã de séculos de atuação voltada para a essência e dignidade do ser humano. Não há razão alguma para acreditarmos que a racionalidade econômica nos conduzirá a decisões sábias em termos de levar o ser humano a realizar sua vocação espiritual, afetiva e ecológica.

Os pseudos valores que dominam a sociedade apenas parecem valores por causa dos enganos e confusões acerca do que é meio e o que é fim e se fazem acompanhar de premissas falsas tais como: os fins justificam os meios. Podemos afirmar que o verdadeiro destino do ser humano está situado em Deus e, por isso, é preciso que o ser humano transcenda e liberte-se da obscuridade do poder que delega a uma visão de mundo meramente materialista. Não temos dúvida de que o materialismo é a marca registrada da chamada sociedade “avançada”, enquanto ao mundo religioso/espiritual é reservada a alcunha de “retrógrado”.

Podemos observar à luz da Doutrina Social da Igreja o materialismo é insensível aos valores mais caros ao ser humano e que simplesmente deixa de considerar o caráter transcendental e espiritual das pessoas. A existência e o bem-estar de cada ser humano não podem ser considerados barreiras para a ciência, eis que a criatura é a própria razão desta mesma ciência e deve ser por ela auxiliado na sua caminhada para o encontro com o seu fim último: por Cristo, com Cristo e em Cristo.

Assim, o ser humano estará liberto de todos os domínios e formas de escravidão, podendo buscar sólido apoio na doutrina cristã, que é o suporte das ações da Igreja Católica, cujo empenho está na orientação e na remoção das formas estruturais do pecado e no fortalecimento da autonomia do ser humano presentes a sua dignidade e  a sua liberdade de filho adotivo de Deus feito à sua imagem e semelhança.


Não podemos nos deixar  levar simplesmente pelas estruturas e conceitos equivocados de progresso que nos faz perder o contato com a verdadeira essência de “ser” e nos faz escravos do “ter”. É preciso vencer os preconceitos e entraves na busca de maneiras novas de viver – revestir-nos de um “coração novo” – e de fortalecer o “ser” e que nos leve ao “ter” compaixão e amor pelo próximo e que nos faça participantes bem aventurados do progresso da consciência humana rumo ao destino transcendente e comum a todos nós: Deus.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

A Criação

Catecismo da Igreja Católica (Fichamento)


O CRIADOR
· O Criador: Na criação do mundo e do homem, Deus deu o primeiro e universal testemunho do seu amor onipotente e da sua sabedoria e fez o primeiro anúncio do seu «desígnio amoroso», o qual tem como finalidade a nova criação em Cristo.
· A Criação: Embora a obra da criação seja particularmente atribuída ao Pai, é igualmente verdade de fé que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são o único e indivisível princípio da criação.  Só Deus criou o Universo, livremente, diretamente, sem qualquer ajuda.
· A Criatura: Nenhuma criatura possui o poder infinito necessário para “criar”, no sentido próprio da palavra: quer dizer; para produzir e dar o ser ao que de modo algum o possuía.
· A Glória de Deus: Deus criou o mundo para manifestar e comunicar a sua glória. Que as criaturas partilhem da sua verdade, da sua bondade e da sua beleza – eis a glória, para a qual Deus as criou.
· O Verbo: Deus, que criou o universo, mantém-no na existência pelo seu Verbo; «o Filho tudo sustenta com a sua palavra poderosa» (Hb 1, 3) e pelo seu Espírito criador que dá a vida.
· A Divina Providência: A divina Providência consiste nas disposições pelas quais Deus conduz com sabedoria e amor todas as criaturas, para o seu último fim. Cristo convida-nos a abandonarmo-nos filialmente à Providência do Pai dos céus.
· As Causas Segundas: Deus é o Senhor soberano de seus desígnios. Mas, para a realização dos mesmos, serve-se também do concurso das criaturas. A Providência divina também age pela ação das criaturas. Aos seres humanos, Deus permite-lhes cooperar livremente com os seus desígnios.
· O Mal: A permissão divina do mal físico e do mal moral é um mistério, que Deus esclarece por seu Filho Jesus Cristo, morto e ressuscitado para vencer o mal. A fé dá-nos a certeza de que Deus não permitiria o mal, se do próprio mal não fizesse sair o bem, por caminhos que só na vida eterna conheceremos plenamente.
O CÉU E A TERRA
· Os Anjos: São criaturas espirituais que glorificam a Deus sem cessar. Por todo o seu ser, são servidores e mensageiros de Deus.  Prestam a sua cooperação a tudo quanto diz respeito ao nosso bem.  Assistem a Cristo, seu Senhor. Servem-No de modo particular no cumprimento da sua missão salvífica em relação aos homens. A Igreja os venera e elese a ajudam na sua peregrinação terrestre e protegem todo o gênero humano.
· O Mundo Visível: Deus quis a diversidade das suas criaturas e a sua bondade própria, a sua interdependência e a sua ordem. Destinou todas as criaturas materiais para o bem do gênero humano. O homem, e através dele toda a criação, tem como destino a glória de Deus. Respeitar as leis inscritas na criação e as relações derivantes da natureza das coisas é princípio de sabedoria e fundamento da moral.
O HOMEM
· ”À Imagem de Deus”: “Pai Santo, criastes o homem e a mulher à vossa imagem e lhes confiastes todo o universo, para que servindo a Vós, seu Criador, dominassem toda a criatura.”  O homem é predestinado a reproduzir a imagem do Filho de Deus feito homem –“imagem do Deus invisível” (Cl 1, 15) –, a fim de que Cristo seja o primogênito de uma multidão de irmãos e de irmãs.
· Corpore et anima unus”:  O homem é uno de corpo e alma. A doutrina da fé afirma que a alma espiritual e imortal é criada diretamente por Deus.
· Uma unidade a dois: Deus não criou o homem solitário: desde o início "criou-os homem e mulher" (Gn 1, 27). Esta união constituiu a primeira forma de comunhão de pessoas.
· Paraíso: A Revelação dá-nos a conhecer o estado de santidade e de justiça originais do homem e da mulher, antes do pecado: da amizade de ambos com Deus derivava a felicidade da sua existência no Paraíso.
A QUEDA
· O Pecado: “Não foi Deus quem fez a morte, nem Ele se alegra por os vivos se perderem [...]. A morte entrou no mundo pela inveja do Diabo” (Sb 1, 13; 2, 24).
· A queda dos Anjos: Satanás ou Diabo e os outros demônios são anjos decaídos por terem livremente recusado servir a Deus e ao seu desígnio. A sua opção contra Deus é definitiva. E eles tentam associar o homem à sua revolta contra Deus.
· O Pecado Original: Pelo seu pecado, Adão, como primeiro homem, perdeu a santidade e a justiça originais que tinha recebido de Deus, não somente para si, mas para todos os seres humanos. À sua descendência, Adão e Eva transmitiram a natureza humana ferida pelo seu primeiro pecado, portanto privada da santidade e da justiça originais. Esta privação é chamada “pecado original”.  Como conseqüência do pecado original, a natureza humana ficou enfraquecida nas suas forças e sujeita à ignorância, ao sofrimento e ao domínio da morte, e inclinada para o pecado – inclinação que se chama “concupiscência”.  O pecado original é transmitido com a natureza humana, "não por imitação, mas por propagação", e que, assim, é "próprio de cada um".
· A Vitória sobre a Morte A vitória alcançada por Cristo sobre o pecado trouxe-nos bens superiores àqueles que o pecado nos tinha tirado: «Onde abundou o pecado, superabundou a graça» (Rm 5, 20).  

REFERÊNCIAS
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA – São Paulo. Edições Loyola, 2000.

HASTENTEUFEL, Dom Zeno. O Catecismo ao Alcance de Todos: uma síntese do catecismo da Igreja Católica. Brasília, Edições CNBB, 2013.