domingo, 20 de julho de 2014

Filosofar

Penso ....

                       Na escola recebemos o ensino. Com certeza aprendemos bem. Tão bem que nos tornamos incapazes de pensar coisas diferentes. Somos incapazes de dizer o diferente. Se existe uma forma certa de pensar as coisas e de fazer as coisas, por que se dar o trabalho de se meter por caminhos não-explorados.

                  Automaticamente, basta repetirmos aquilo que a tradição sedimentou e que e a escola ensinou. O saber sedimentado nos poupa dos riscos da aventura de pensar.

                     O saber já testado tem uma FUNÇÃO ECONÔMICA: a de poupar trabalho, a de evitar erros, a de tornar desnecessário o pensamento. Assim, aprende-se não pensar. Sabendo-se a receita, basta aplicá-la quando surge a ocasião.

                           Deixamos de considerar a possibilidade de que um mesmo problema pudesse ser resolvido por caminhos diferentes. Somos levados a acreditar que aprendemos de uma maneira certa e que caminhos diferentes só poder estar errados. 

                     A própria teologia muitas vezes fica restrita a perguntas e respostas e apenas a uma resposta que seria a correta.

                          A letra muda mas a música continua a mesma.

                  É lógico que há respostas certas e erradas. Mas o equívoco está em se ensinar que é disto que são feitos a ciência, o saber, a vida. E com isto, ao aprender as respostas certas, desaprendemos a arte de aventurar e de errar, sem saber que, para uma resposta certa, milhares de tentativas erradas devem ser feitas. 

                É importante ser avaliados também pela ousadia de nossos vôos!

                    Para concluir, vale citar deGoethe:

A força do Comprometimento

"Enquanto não estivermos compromissados, haverá sempre a hesitação, o medo, a possibilidade de recuar. Em relação a todos os atos da iniciativa e de criação, existe uma verdade elementar – cuja ignorância mata inúmeros planos e idéias esplêndidas: que, no momento em que definitivamente nos compromissamos, a providência divina também se põe em movimento... Todos os tipos de coisas ocorrem para nos ajudar, que em outras circunstâncias nunca teriam ocorrido. Todo um fluir de acontecimentos surge a nosso favor como resultado da decisão, todas as formas imprevistas de coincidências, encontros e ajuda material que nenhum homem jamais poderia ter sonhado encontrar em seu caminho... Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar você pode começar. A coragem contém em si mesma a força e a magia."









domingo, 13 de julho de 2014

Paixão e Ressurreição de Jesus, segundo São Lucas

Evangelho de São Lucas (Capítulo 22) - Parte III


           Durante toda Paixão Jesus conservará atitudes cheias de dignidade. Fica clara a liberdade com a qual Jesus atravessa esses momentos trágicos. A oração eucarística romana expressa essa atitude de Jesus: “No momento de ser entregue e de entrar livremente em sua Paixão”.

          Jesus é preso e levado à casa do Sumo Sacerdote. Enquanto Jesus passa pelo interrogatório e enfrenta o poder.  Jesus é considerado como Mestre pelo Sumo Sacerdote e, logo após, ao ser torturado pelos soldados é chamado de Profeta. A elite social e religiosa de Jerusalém, representada, pelos Sumos sacerdotes, o Sinédrio, Pilatos e Herodes, é a responsável direta e imediata da morte de Jesus. O poder romano, na pessoa do procurador Pilatos, é apresentado como aquele que autoriza a execução de Jesus, sob pressão dos chefes do Templo.

              Pilatos manda Jesus preso a Herodes Antipas, que, nestes dias, encontra-se em Jerusalém. Jesus é da Galileia, onde governa Herodes. O comportamento de Jesus diante de Herodes é impressionante. Não faz nada e não diz uma palavra. Para Herodes, Jesus pode ser um divertimento. De qualquer modo, Herodes e Pilatos tornam-se amigos (Lc 23,12). Os príncipes unem-se para conspirar contra o Ungido de Deus (Sl 2).

               Quem é Jesus?

              As autoridades já tinham decidido condenar e matar a Jesus. Mas qual seria um motivo plausível? Este é o problema da sessão oficial do Sinédrio, reunido ao amanhecer.

          És o Messias? Em outras palavras, seria Jesus o Messias-Rei esperado há tanto tempo para restabelecer o Reino de Israel, com toda a glória que este havia tido no tempo de Davi e Salomão? Se Jesus confessa que sim, os sinedritas o entregam aos romanos como inimigo do império. Mas Jesus não se identifica com o messianismo. Sua missão não é a de estabelecer uma dominação exploradora e opressora, e sim a de fundar o Reino da Justiça, que liberta e dá vida a todos.

           Notemos a progressão no modo como Jesus é visto: Mestre, Profeta, Messias-Rei, Filho do Homem, Filho de Deus.

              Esse foi o motivo pelo qual o Sinédrio condenou a Jesus. Um motivo religioso. Trata-se de uma manipulação da Lei. Não querem aceitar que a atividade de Jesus é uma atividade do próprio Deus, e por isso manipulam a Lei de Deus. O Sinédrio devia julgar Jesus pela Lei de Moisés e encontrar um motivo religioso para a condenação de Jesus. E eles conseguem o motivo manipulando genericamente a lei, exatamente como os poderosos costumam fazer para assegurar, seus próprios privilégios à custa da condenação do povo justo e inocente.


              A vontade de Jesus não está em oposição à do Pai. O próprio fato de proferir tais palavras mostra uma forte afirmação do desejo de Jesus de que a vontade do Pai prevaleça. É preciso cumprir a vontade de Deus.

Até Breve com a parte IV...