sexta-feira, 26 de maio de 2017

Racionalidade Econômica e a Dignidade da Pessoa



 A “Mercantilização” de Tudo e de Todos

       Determinadas atividades têm menor ou maior valorização de acordo com os incentivos ou vantagens que apresentam ao mercado. Com o surgimento da economia de mercado, não só tudo “o que é produzido é para se vender no mercado, mas também o trabalho, a terra e o próprio dinheiro. A crescente mercantilização de todas as coisas transforma a sociedade em uma sociedade de mercado” (GASDA, 2014, p. 54).
Analisando os efeitos produzidos pela racionalidade econômica sobre o trabalho, pode-se notar que lhe foi conferido um conteúdo muito restrito. A atividade produtiva foi separada de seu sentido, de suas motivações e de seu objeto para converter-se em simples meio de ganhar o salário. A satisfação do trabalho e o prazer da criatividade são eliminados em benefício das satisfações que somente o dinheiro pode comprar.
    O tempo é, também, outro importante fator no racional econômico. A invenção do relógio mecânico “tornara possível a mensuração dos períodos de trabalho e, conseqüentemente, o controle da “produtividade” [1] do trabalho assalariado” (GASDA, 2014, p. 84).  O controle do tempo é fundamental para os processos produtivos. “A racionalização desses processos passa pela organização e pela compreensão do tempo que se leva para produzir as mercadorias” (VILHENA, 2012, p. 111).
O mundo parece tão unido em assuntos econômicos, mas mostra-se fragmentando em assuntos de religião. Isso acontece porque no mercado da economia “tudo se torna mercadoria com um valor que é medido pelo dinheiro. O dinheiro é a única coisa que interliga todo o processo” (AHNER, 2009, p. 406). Ele é a primeira e até agora a única “linguagem” universal completamente bem-sucedida. “A verdade é que o dinheiro é a invenção mais extraordinariamente sutil e exata para definir o que as pessoas realmente querem” [2].



[1] Produtividade: quantidade de bens e serviços produzida em uma hora de trabalho.
[2] Nicholas Boyle. Livro Who Are We Now? Citado por ANHER, 2009, p 407.



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