quinta-feira, 25 de maio de 2017

A Racionalidade Econômica e a análise do custo-benefício



As Preferências do “Consumidor” e a Análise do Custo-benefício
Outro ponto importante da teoria econômica são as questões relacionadas às preferências do consumidor por bens e serviços. Muitas situações viáveis existem, mas umas são claramente preferíveis a outras, considerado o fato de que necessitam de menos recursos para que sejam obtidos os mesmos resultados. A ciência econômica se ocupa precisamente de buscar essas situações mais eficientes, que permitam maior satisfação das necessidades humanas com o menor esforço possível o que, inquestionavelmente, integra a forma de atuar racional do homem em todos os tempos.
A racionalidade econômica está igualmente presente na avaliação do custo-benefício de determinada ação ou empreendimento econômico, cuja base teórica é conhecida como o “custo de oportunidade” [1]e é fator determinante na concretização de negócios em uma sociedade. Além disso, muitas ações na vida envolvem a efetivação de pequenos ajustes adicionais a um plano de ação existente. Os economistas os denominam de “alterações marginais”. Assim, é possível notar que a tomada de decisão no campo da racionalidade econômica depende de fatores subjetivos influenciados por uma dinâmica de incentivos ou vantagens.
     Essa racionalidade é que se deve compreender. Veja o seguinte exemplo: Como a lei do cinto de segurança afeta a segurança do trânsito? O efeito direto é óbvio. Com o cinto de segurança em todos os carros, mais pessoas o utilizam e a probabilidade de sobreviver a um acidente aumenta.
    Neste sentido os cintos salvam as vidas. O impacto direto dos cintos de segurança sobre a segurança foi o que levou à edição de uma Lei exigindo a obrigatoriedade de seu uso. Contudo, para se entender o alcance efetivo desta Lei deve-se reconhecer que as pessoas alteram seu comportamento em resposta aos incentivos oferecidos. Neste caso, o comportamento relevante é a velocidade e a prudência com as quais as pessoas dirigem. Dirigir devagar e com cautela é custoso porque gasta o tempo e a energia do motorista. Ao decidirem com que nível de segurança devem dirigir, as pessoas racionais comparam o benefício marginal de uma direção segura com o seu custo marginal. Elas dirigem mais lentamente e com cautela, quando o benefício da maior segurança é alto. Isso explica porque as pessoas dirigem mais atentamente quando está chovendo.
     Veja agora como a lei do cinto de segurança afeta o cálculo de custo-benefício de um motorista racional. Os cintos de segurança tornam os acidentes menos custosos para o motorista porque reduzem a probabilidade de ferimentos ou morte. Logo, a lei do cinto de segurança reduz o benefício de se dirigir lenta e cautelosamente. As pessoas respondem aos cintos de segurança como o fariam a uma melhoria das estradas: dirigindo com mais velocidade e menos cautela. Portanto, o resultado final da Lei do cinto de segurança é um número maior de acidentes. Além disso, a redução nos cuidados ao dirigir tem um impacto adverso evidente sobre pedestres. A Lei os expõe ao risco porque eles ficam mais sujeitos a sofrer acidentes, mas não estão protegidos pelo cinto de segurança. Portanto, a legislação que obriga ao uso do cinto de segurança tende a aumentar o número de mortes de pedestres.
    Tudo isso serve para mostrar que ao analisar qualquer ação no campo econômico é preciso considerar não só os impactos diretos, mas também as conseqüências indiretas que decorrem da aplicação de vantagens ou incentivos, pois sempre irá provocar uma alteração no comportamento das pessoas.



[1] Custo de oportunidade: qualquer coisa de que se tenha de abrir mão para obter algum produto ou serviço. Muitas vezes os tomadores de decisão verificam que o benefício obtido não compensa o custo e o negócio não é efetivado.

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