Profissão
de Fé, A Celebração do Mistério Cristão, A vida em Cristo e a Oração Cristã.
Presente
a inegável importância do Catecismo da Igreja Católica para todos os fiéis, sobretudo
por ser norma segura para a transmissão da doutrina da Igreja Católica,
buscaremos desenvolver, neste trabalho, uma análise objetiva e destacar as
principais idéias acerca dos temas relacionados às quatro partes em que se
divide o mencionado documento, a saber: à profissão de fé, celebração do
mistério cristão, a vida em cristo e a oração cristã.
A
elaboração do Catecismo da Igreja Católica foi concluída com a aprovação
pontifícia em 25 de junho de 1992 e foi promulgado pela constituição apostólica
Fidei Depositum, de João Paulo II,
datada de 11.10.1992. Para uma visão geral da forma com que o Catecismo está
estruturado vale assinalar que cada uma de suas partes está articulada em duas
seções: a primeira apresenta os fundamentos do tema; na segunda, cada um dos
temas é abordado separadamente. Assim, a primeira seção de cada parte trata dos
conteúdos teológicos fundamentais da Doutrina (Parte I), os fundamentos da
Liturgia (Parte II), os fundamentos da Moral (Parte III) e a doutrina geral
sobre a Oração (Parte IV). A segunda seção trata respectivamente dos doze
artigos da fé, dos sete sacramentos, dos dez mandamentos e dos sete pedidos do
Pai-nosso.
A profissão de fé
Na
primeira parte do Catecismo temos que o ponto principal reside claramente nas
ações de Deus, que o credo confessa fielmente.
Em primeiro lugar vem o ser, só depois o agir. Vem em primeiro lugar o
que Deus fez: só depois se pode falar sobre o que o homem deve e pode fazer
para responder a isso. O imperativo moral resulta do indicativo da ação de
Deus.
O
ponto de partida do Catecismo é algo comum a todos os homens: a sua “capacidade
de Deus”, a sua dimensão religiosa. Para tanto, segue a profissão de fé
apostólica, o Símbolo Apostólico, antiga profissão de fé batismal da Igreja de
Roma[1] mas
sempre faz referência ao chamado Símbolo Niceno-Constantinopolitano[2].
Para
isso adota-se, seguindo o credo, uma estrutura trinitária da profissão de fé e
também sua subdivisão tradicional em 12 artigos[3]: Não
em vão é reconhecida a doutrina da Trindade Santa como o “ensinamento mais
fundamental e essencial da hierarquia das verdades da fé” [4].
O
Catecismo centra-se na Trindade porque é cristrocêntrico: “O que se ensina na
catequese é Cristo (...); o único que ensina é Cristo” [5]. Ele
é o grande sacramento no qual Deus mesmo nos é manifestado[6]; a
liturgia é a obra de Cristo glorioso que continua a agir na sua Igreja, por
meio de seu Santo Espírito[7], para
a cura e a salvação do homem[8];
assim é que se torna possível a vida em Cristo, isto é, seu seguimento
verdadeiro[9], e
que a oração, enquanto comunhão com Cristo tenha as mesmas dimensões que seu
amor [10].
Convém
sublinhar alguns temas particulares da primeira parte: “a importância capital” [11] da
catequese sobre a criação, que é apresentada como “fundamento de todos os
desígnios salvíficos de Deus” [12] e,
portanto, como “obra da Santíssima Trindade” [13]; a
apresentação da ressurreição como “a verdade culminante de nossa fé em Cristo” [14].
Porém não como ponto de chegada de uma cristologia meramente de cima, mas como
supremo e sem par ponto de conexão da história humana com o Deus transcendente;
a explicação da realidade da Igreja em conexão íntima com os artigos sobre
Cristo e sobre o Espírito Santo “para não confundir Deus com suas obras” [15] e
para entender bem em que sentido não há salvação fora dela[16]·.
No
“Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra” [17]
temos que se explica que a fé em um só Deus inclui a fé na Trindade. “Crer em
Deus, o Único, e amá-lo com todo o seu ser, tem consequências imensas para toda
a nossa vida” [18]. A fé na Santíssima
Trindade não está em contradição com a fé em um só Deus, mas é sua plena
revelação: “A fé de todos os cristãos consiste na Trindade” [19]. O
conceito sempre recorrente de “economia” ou “economia da Fé” refere-se a todas
as obras de Deus, que são sempre obras comuns às três pessoas divinas[20].
A
primeira obra de Deus é a criação, e a ela é atribuída uma importância especial
no Catecismo, sendo efetuada uma introdução geral sobre o significado da
catequese sobre a criação[21]. Somente
Deus é Criador[22] e a criação é a obra de
seu amor e de sua bondade incomensurável, é expressão de sua sabedoria. Por
isso, as criaturas são “palavra de Deus, e o homem, a quem é dada a luz da
razão, pode perceber a linguagem de Deus em toda a sua criação” [23].
Ligada,
de modo inseparável, à fé na criação está a fé na “providência Divina,
providência através da qual deus conduz sua criação à perfeição” [24].
Trata-se de uma solicitude concreta, direta de Deus.[25]. O
fato de Deus em sua providência também incluir a atuação própria das causas
segundas criadas acaba tendo grandes consequências para a visão da liberdade e
da responsabilidade humana[26].
O
tema do mal é uma questão inevitável para todo o homem, e “não há nenhum
elemento da mensagem cristã que não seja também uma resposta ao problema do mal”
[27]. O
testemunho dos santos[28]
encoraja-nos a crer que Deus conduz tudo para o bem.
O
Catecismo tenta tirar da mensagem bíblica da obra dos “seis dias” as verdades
que continuam válidas independentemente de questões relativas à concepção do
mundo[29]. No
contexto da criação são mencionados os anjos e o lugar deles na consciência da
fé e na vida da liturgia não deve ser desprezado[30]. O parágrafo sobre a criação do homem[31]
apresenta, de forma extremamente sucinta, os fundamentos daquela antropologia e
podemos observar que a ênfase na unidade e ao mesmo tempo na distinção do corpo
e da alma faz parte do cerne da visão cristã do homem. Faz parte da fé a convicção da unidade
essencial de corpo e alma constituindo uma única pessoa humana, e também a doutrina
da criação direta do espírito por Deus, e a compreensão da morte como separação
de corpo e alma até a ressurreição[32].
Sobre
o pecado original, expõe a doutrina de fé, com forte centralização cristológica
do tema: “É preciso conhecer a Cristo como fonte da graça para conhecer Adão
como fonte do pecado” [33]. “A
doutrina do pecado original é o reverso da Boa Notícia de que Jesus é o
Salvador de todos os homens, que todos têm necessidade da salvação” [34]. No
âmbito do pecado original, é tratada também a questão dos Demônios que, segundo
a fé, Deus os criou bons em sua natureza, mas se tornaram maus por sua própria
iniciativa[35].
Os
artigos cristológicos[36]
ocupam a maior parte da profissão de fé.
Em locais próprios são reconhecidos os atributos da maternidade divina
de Maria[37] e um longo trecho é
dedicado aos mistérios da vida de Cristo[38].
Cristo é o grande sacramento de Deus[39]. Também
são expostas as particularidades da relação de Jesus com Israel[40] e o
Catecismo lembra que foram nossos pecados que crucificaram Cristo: pecados que
ele expiou e remiu por sua morte, segundo o desígnio de Deus[41]. No
capítulo sobre escatologia e liturgia, o Catecismo faz afirmações importantes
sobre o relacionamento entre cristãos e judeus.[42].
Para
a fé cristã é da maior importância a fé na ação redentora de Jesus Cristo e o
Catecismo busca enaltecer os fatos a ela relacionados[43], valendo
destacar: o cumprimento do desígnio divino da salvação; a morte de Jesus é
considerada sob a perspectiva do projeto divino de salvação, que não exclui ninguém;
e a morte de Jesus é o sacrifício perfeito da Nova Aliança. “A Ressurreição de
Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo” [44].
O
Catecismo trata detalhadamente dos símbolos e alegorias do Espírito Santo[45] e,
além disso, enfatiza a unidade que existe entre o envio do Filho e do Espírito
Santo[46].
Faz-se referência expressa à atuação oculta do Espírito Santo no Antigo
testamento.
Sobre
a Igreja, o Catecismo apresenta as denominações e alegorias da Igreja, vindo
depois sua realização progressiva na história: ela tem suas raízes no desígnio
eterno de Deus; de certo modo, tem na obra da criação seu primeiro esboço e
projeto; é preparada na Antiga Aliança; é estabelecida por Cristo e manifestada
pelo Espírito. Somente no final dos tempos ela terá consumação[47]. Sua
essência e seu mistério tornam-se visíveis a partir de sua origem: a Igreja é
ao mesmo tempo visível e espiritual, celeste e terrestre, divina e humana; é
sacramento da união íntima dos homens com Deus e dos homens entre si.
A
Igreja é apresentada em seu mistério trinitário: como Povo de Deus, como Corpo
de Cristo e como Templo do espírito Santo[48].
Todavia, a unidade nupcial da Igreja com Cristo acaba sendo o centro mais
íntimo de seu mistério. As quatro características da Igreja são tematizadas
expressamente: ela é uma Igreja uma, santa, católica e apostólica[49]·. A
apostolicidade continua a ser explicitada no tratado sobre as três ordens dos
fiéis de Cristo: hierarquia, leigos e religiosos.[50]
Mostra que a dimensão essencial da Igreja vai muito além da forma visível como
peregrina sobre a Terra. Há uma ligação entre a Igreja Celeste com a Igreja
Terrestre. Com Maria e todos os santos, a Igreja da terra e dos céus constitui
a única família de Deus.[51].
No
seu final expõe a doutrina sobre a ressurreição dos mortos, na qual a
ressurreição de Cristo atinge a plenitude.[52]·. Terminamos
com as palavras de Santo Agostinho: “O Símbolo seja para ti como um espelho.
Olha-te nele para ver se realmente crês tudo o que declaras crer, e alegra-te
cada dia com tia fé”[53]
Os Sacramentos
A segunda parte aparece
muito estreitamente ligada à primeira, pois nela apresenta-se a liturgia da
Igreja como a obra atual do Deus trino enquanto encaminha à salvação e
santificação cada um dos seres humanos. As duas primeiras partes do Catecismo manifestam,
em conjunto, algo de importância fundamental, que deveria ficar claro na
catequese: é Deus que sai ao encontro da humanidade em sua Palavra e nos
sacramentos. A vida de moral e a vida de
oração serão resposta à iniciativa divina.
Além do caráter
trinitário, e em particular pneumatológico, do tratamento dado aos sacramentos,
convém sublinhar sua ótica mistagógica e sua sensibilidade para o rito
oriental. O sentido dos sacramentos é exposto a partir de seus elementos
celebrativos, que aparecem como caminho introdutório ao mistério da salvação e
santificação que celebram. A atenção aos ritos orientais ajuda a compreender
melhor o mesmo mistério. Por outro lado, a classificação empregada (sacramentos
de iniciação, de cura e da comunidade) é fundamentalmente pedagógica e não
deverá fazer perder de vista que “todos os sacramentos estão unidos à
eucaristia e a ela se ordenam” [54].
A segunda parte do
Catecismo divide-se, como na construção de todas as quatro partes, em duas
seções. A primeira, de caráter mais geral, aborda a economia da salvação
sacramental, numa espécie de liturgia fundamental; a segunda trata da
celebração dos sete sacramentos e dos sacramentais.
A grande perspectiva,
na qual os sacramentos da Igreja continuam hoje as obras realizadas por Jesus
Cristo durante sua vida terrestre[55]. Os
sacramentos são como que essa força que sai do Corpo de Cristo, para curar as
feridas do pecado e para nos dar vida nova em Cristo[56].
Quanto à hierarquia de
verdades, os sacramentos são interpretados trinitária e cristocentricamente.
Ambas as perspectivas completam-se. Assim sendo, no primeiro artigo a Liturgia
é apresentada como obra da Trindade: O Pai é a origem e o fim da Liturgia[57]. No
artigo sobre Eucaristia isso é mais concretizado: A Eucaristia é “ação de
graças e louvor ao Pai” [58]. A
liturgia é a obra de Cristo glorificado, que continua a atuar na Igreja[59],
fazendo memória de seu mistério através do Espírito Santo na Igreja,
atualizando-o e tornando-o atuante[60].
Neste capítulo fundamental são apresentados também os conceitos litúrgicos mais
importantes como a anamnese (“memória”) [61],
epíclese (“a invocação ao Espírito Santo”.) [62],
Palavra de Deus[63].
O segundo artigo
oferece uma breve sistemática dos sacramentos, através dos quais Cristo
atualiza seu mistério e o torna eficaz. Os elementos mais importantes de uma
doutrina sacramental geral estão apresentados[64].
As exposições que o
artigo 3 apresenta são importantes do ponto de vista catequético (“Celebrar a
liturgia da Igreja”, porque oferecem uma espécie de catequese da celebração
litúrgica:
a) Quem
celebra? A relação da liturgia celeste com a liturgia terrestre é apresentada
dentro da linha do Concílio[65]
b) Como
celebrar a liturgia? Os sinais e símbolos mais importantes da liturgia são
analisados em seu significado antropológico, veterotestamentário, cristológico
e litúrgico[66]. Palavras e ações, canto,
música e imagens sagradas fazem parte da totalidade da liturgia[67].
c) Quando
celebrar a liturgia? O tempo litúrgico é apresentado em seus desdobramentos na
Liturgia das Horas, no dia do Senhor e no ano litúrgico[68].
d) Onde
celebrar a liturgia? Fala-se sobre o local da celebração da liturgia, sobre a
casa de Deus e sua simbologia[69].
Essas considerações completam-se como que se diz sobre a arte sacra na Parte
III[70].
O artigo 4 do Capítulo
II fala da diversidade das liturgias na unidade da Igreja celebrante. A questão
de aculturação coloca-se no campo da Liturgia com especial urgência (Liturgia e
Culturas) [71].
A apresentação dos sete
sacramentos na Seção II faz-se através de um esquema catequético que pode, é
claro, ter uma divisão diferente: os três sacramentos da iniciação cristã
(Batismo, Confirmação e Eucaristia), os sacramentos de cura (Penitência e Unção
dos Enfermos) e os sacramentos do serviço da comunhão (Ordem e Matrimônio).
Os sacramentos são
apresentados de acordo com um esquema comum, e o ponto de partida é, na maioria
das vezes, a explicação do nome com o qual o sacramento é designado[72]. A
instituição dos sacramentos por Cristo[73] não
é considerada isoladamente cada sacramento é situado no todo da história da
salvação. Com seus prenúncios no Antigo Testamento, com sua fundamentação na
vida de Cristo e seu desdobramento no tempo da Igreja[74].
A doutrina sobre cada
sacramento não é apresentada de forma abstrata, mas a partir da Mistagogia da
celebração litúrgica[75],
pois os ritos do sacramento é o local próprio da catequese sacramental. Essa
Mistagogia litúrgica é complementada por referências ao receptor, aos ministros
e aos efeitos salvíficos do sacramento [76].
De caso pensado,
procura-se apresentar não somente a tradição litúrgica latina, mas incluir
também a práxis sacramental da Igreja Oriental. Assim são apresentados os sete
sacramentos:
a) Batismo: quanto a seus
efeitos, merece referência especial o trecho sobre o batismo de crianças[77],
sobre as crianças falecidas sem batismo[78], bem
como sobre o mútuo relacionamento entre a remissão dos pecados (em primeiro
lugar do pecado original) e o dom da graça[79].
b) Confirmação: é
devidamente apresentada a diferença de tradições entre Oriente e o Ocidente[80]. Com
relação à idade exigida para o sacramento, faz-se referência ao pensamento de
Santo Tomás de Aquino: “maturidade” não é uma questão de idade biológica[81].
c) Eucaristia: para
expor os aspectos litúrgicos da Eucaristia usando uma raiz comum a todas as
famílias litúrgicas, o Catecismo parte da apresentação feita por S. Justino. A
Mistagogia contém o que é comum a todas as famílias litúrgicas[82]. O
caráter sacrifical da Eucaristia é claramente enfatizado, já que atualmente
muitas vezes há falhas nesse ponto[83]. A
doutrina sobre a real presença do Senhor na Eucaristia confirma-se com o apreço
dado à adoração eucarística[84]. “Os
frutos da eucaristia” são tratados de forma pormenorizada[85]. A
questão da intercomunhão tem seu lugar especial[86]. O
que de uma forma geral se pode dizer sobre os sacramentos[87] vale
de forma particular para a Eucaristia: ela é o “penhor da glória futura” [88].
d) Penitência e Reconciliação:
nesse sacramento também é enfatizada a dimensão escatológica: ele é a
antecipação do juízo[89]. O
caráter salvífico do Sacramento da Reconciliação é fortemente acentuado[90]. O
texto sobre as indulgências complementa a doutrina sobre a comunhão dos santos[91].
e) Unção dos Enfermos:
nesse sacramento o aspecto salvação é particularmente enfatizado[92]; e
não faltam referências à associação aos sofrimentos de Cristo[93], ao
significado do sofrimento para a santificação da Igreja[94] e à
preparação para a morte, última passagem do cristão[95].
f) Ordem: o sacramento da Ordem
é aqui considerado em continuação ao que se expôs sobre eclesiologia[96],
como forma especial da participação no único sacerdócio de Cristo. O sacerdócio
ministerial é colocado a serviço do sacerdócio geral de todos os batizados[97]; o
sacerdote, por este sacramento, age “na pessoa de Cristo-Cabeça” [98]. A
exposição sobre os três graus da ordem segue amplamente os textos do Concílio
Vaticano II. Faz-se referência aos textos litúrgicos que devem explicitar a
graça desse sacramento[99].
g) Matrimônio:
primeiramente, chama-se a atenção para que é o “casamento no plano de Deus”:
uma comunhão íntima de vida e de amor, que se destina ao bem do casal, à
procriação e à educação de filhos. Ameaçada pela força do pecado, essa comunhão
é restaurada por Cristo em sentido original[100]. O
lugar do casamento na história da salvação é complementado através do
significado da virgindade por causa do Reino dos Céus[101], já
que ambos provêm do Senhor, que lhes dá pleno sentido[102]. Se
a exigência do Senhor acerca do casamento parecer alta demais, ou até mesmo
inatingível, mais importante será então a referência à graça que vem por Cristo[103].
Cita-se também o grande número de pessoas celibatárias, sobre cuja situação
raramente se reflete[104].
Como uma coroa, os
Sacramentais (as bênçãos, por exemplo) circundam os sete sinais dos sacramentos[105].
Eles são um lugar privilegiado da devoção popular. O CIC cita o Documento de
Puebla, que acentua seu grande significado [106].
A segunda parte termina
com a exposição sobre o funeral cristão, visto totalmente à luz do mistério
pascal. Um belo texto de S. Simeão de Tessalônica, oriundo da tradição
bizantina, que conclui este trecho e consequentemente a Parte II, faz
referência ao objetivo último de toda a vida sacramental: “Estaremos todos
reunidos em Cristo”[107].
Viver por e com Cristo é também a meta e o caminho da vida moral dos cristãos,
como veremos na parte a seguir.
A vida em Cristo (O agir Cristão)
O
que foi tratado na primeira e segunda parte serve de ponte para a parte
terceira (moral), que encontra seu ponto de partida no anseio do homem pela
felicidade[108].
A
terceira parte articula as diversas questões concretas da vida moral no quadro
tradicional do decálogo. Porém, o decálogo, por sua parte, não é apresentado
como o quadro último da vida moral cristã. Isso teria dado lugar a uma moral do
preceito e da obrigação. O quadro é dado, antes, pela lei nova, isto é pela lei
interior da graça, do amor, da liberdade e do Espírito Santo[109].
Por isso, antes dos mandamentos fala-se, na primeira seção, do desejo de
felicidade e da bem-aventurança cristã, da liberdade, da paixão natural e das
virtudes que a orientam ao amor. Vale dizer que o quadro mais abarcante da
moral cristã é a “pertença a Deus instituída pela aliança” [110] ou
o seguimento de Jesus Cristo[111]. O
decálogo, portanto, é interpretado à luz do “duplo e único mandamento da
caridade” [112].
Porém
a moral Cristã não é só para os cristãos, não é moral de gueto; seu fundamento
não se acha nas disposições mais ou menos sábias de um profeta inspirado a quem
seguem os seus. O Espírito Santo, na verdade, conduz os seguidores de Jesus
Cristo à verdade do próprio ser humano na qual estão radicadas as pautas do
fazer verdadeiramente humano, que não permanecem nunca totalmente ignoradas por
nenhum ser racional. A moral cristã é, por isso, tão específica como universal.
Porque a lei nova assume e aperfeiçoa a lei natural. O Catecismo da Igreja Católica
sai ao encontro da possível confusão entre lei moral natural e lei da natureza:
aquela “chama-se natural não por referência à natureza dos seres irracionais,
mas porque a razão que a proclama pertence propriamente à natureza humana” [113].
Quanto
aos conteúdos concretos da moral, o Catecismo não faz senão referir
sinteticamente à doutrina da Igreja. A respeito da questão da pena de morte,
que resultou tão controvertida.
A
terceira parte inicia-se com uma introdução cuja leitura é imprescindível.
“Cristo, reconhece tua dignidade!” (São Leão Magno, 1691). As duas primeiras
partes do Catecismo expõem o ser do cristão. Nesta terceira parte, o tema é a
vida condizente com a dignidade do homem e do cristão.
Novamente
levando em conta a hierarquia das verdades, são ressaltados os dois pólos: a
vida Cristã é uma vida que vem do Deus Trino[114], e
é uma vida que vem em Cristo. Esta terceira parte expõe, em seu prólogo, o
critério que deve ser seguido numa catequese da vida em Cristo[115].
Por mais que seja enfatizada a correlação
entre a ação moral e a graça, nesta parte começa mencionando a vocação do
homem, de sua condição de imagem de Deus[116].
Com isso, o Catecismo retoma o início da Constituição Pastoral do Concílio
Vaticano II Gaudium Spes. O caminho
do homem em direção a sua altíssima vocação, a eterna bem-aventurança, está
predefinido no fato de ser ele imagem de Deus, e é determinado a partir desse
objetivo.
A
estrutura da Moral Fundamental segue a grande intuição da Summa de Santo Tomás de Aquino.
Apresenta-se primeiramente a doutrina sobre o fim último, a felicidade[117] e
depois a doutrina sobre os meios que Deus proporciona ao homem para alcançar
esse fim: a razão e o livre-arbítrio, através dos quais o homem determina seu caminho,
a lei e a graça com as quais Deus o auxilia nesse caminho.
Chamado
à felicidade, o homem pode movimentar-se livre e responsavelmente em direção a
esse fim último. A liberdade é o pré-requisito para um comportamento
verdadeiramente humano e moral[118]. Em
seguida fala-se a respeito do que caracteriza uma ação moral: seu objeto, sua
intenção e suas circunstâncias[119].
Notável é a doutrina sobre as paixões, sem as quais faltam os impulsos para a
ação moral[120], mas que também, quando
não integradas, destroem o senso moral.
A
consciência julga a moralidade das ações. A obrigação de seguir a consciência é
tão certa quanto à obrigação de examinar continuamente essa consciência,
regulando suas convicções por critérios objetivos de moralidade[121].
Do
comportamento moral nascem disposições para o correto agir moral. Essas
disposições para o bem são as virtudes. Elas estruturam o homem e conferem-lhe
um caráter verdadeiramente humano[122]. As
virtudes naturais necessitam de uma reformulação profunda e total através das
disposições que só Deus pode conferir por meio da graça, e que relacionam nosso
agir diretamente a Deus: fé, esperança e caridade[123].
Pecado
é o agir falho, que deixa de atingir o devido objetivo do ser humano. Sua
realidade só pode ser plenamente percebida à luz da graça. Somente o Evangelho
revela toda a verdade do pecado[124].
Porque o pecado é uma violação contra a razão, a verdade e a reta consciência[125] é
uma afronta a Deus, que criou o homem para si[126]. A
diferença entre o pecado mortal e o pecado venial é determinada pelo critério
do amor[127]. Temos depois a
exposição sobre a difusão do pecado até as suas consequências sociais, que
finalizam o capítulo[128].
A dimensão social, comunitária do homem
pertence inseparavelmente à moralidade. Em estreita dependência da Gaudium et
Spes e da Doutrina Social da Igreja, trata-se da pessoa e da sociedade, da
autoridade e do bem comum, da responsabilidade e da colaboração, da justiça
social e da solidariedade[129].
Os desdobramentos concretos encontram-se na Seção II, sobre os Dez Mandamentos,
principalmente nos artigos sobre o quarto, quinto e sétimo mandamentos. Assim,
os diversos aspectos da Doutrina Social da Igreja são inseridos organicamente
no conjunto da moralidade e fica patente a dimensão social e comunitária de
toda a ação humana.
O
capítulo sobre a Lei e a Graça encerra a “Moral Fundamental”: “Chamado à
Felicidade, mas ferido pelo pecado, o homem tem necessidade da salvação de
Deus. O Socorro divino lhe é dado em Cristo na Lei que o dirige e na graça que
o sustenta” [130]. A doutrina sobre a “lei
moral” apresenta os três níveis da lei: a lei natural, a lei da antiga e a lei
da nova aliança. A doutrina sobre a nova lei é, sem dúvida, o cerne da doutrina
moral cristã[131]: É “uma lei do amor, da
graça, da liberdade” [132]. O artigo da graça inicia-se com a
doutrina da justificação, de grande importância do ponto de vista ecumênico.
Ela é totalmente orientada por São Paulo, principalmente na Carta aos Romanos.
O tema da graça perpassa todo o Catecismo. Aqui, ele é tratado de forma
sistemática e sucinta[133]. A
difícil, mas insubstituível, doutrina sobre o mérito[134]
mostra como, através da graça e da justificação, possibilita-se ao querer e ao
agir humano uma verdadeira cooperação com Deus. O parágrafo termina com a
palavra de Santa Teresinha do Menino Jesus que, como ninguém, falando de
coração, dá uma resposta à crítica dos reformadores contra a doutrina do
mérito. Fiel ao Vaticano II, a doutrina da graça e do mérito leva à referência
ao chamamento de todos para a santidade[135]:
“Santidade” é a perfeita cooperação entre o socorro da graça divina e a
liberdade humana. Assim, a “moral fundamental” culmina na consideração dessa
realização máxima do homem, criado livre e à imagem de Deus, que consiste na
comunhão salvífica e santificante com Deus: a santidade. Seu lugar é a Igreja,
o “sacramento” dessa comunhão (2016; 2030). O
artigo sobre a Igreja, enquanto “Mãe e Mestra”, faz a passagem para o Decálogo.
Vale a pena examinar esse trecho de forma mais pormenorizada, para inserir o
magistério moral da Igreja no conjunto da realidade eclesiástica,
principalmente da vida litúrgica[136].
O
prólogo da segunda seção apresenta os Dez Mandamentos segundo a Escritura e a
Tradição. Salientam-se o caráter libertador do Decálogo[137],
sua presença na pregação de Jesus[138],
seu lugar na catequese da Igreja[139].
Não deve haver qualquer dúvida quanto à primazia da misericórdia[140].
Os
Dez Mandamentos são apresentados como desdobramentos do duplo mandamento do
amor[141]. Ao
tratar de cada mandamento sempre se faz referência primeiramente aos aspectos
positivos, às virtudes e às condutas correspondentes. Contra esse pano de
fundo, tonam-se patentes as condutas erradas que devem ser apontadas como
falhas e pecados. A relação dos pecados
referentes a cada um dos mandamentos pode parecer, à primeira vista, muito
severa. É preciso distinguir entre imputabilidade objetiva e imputabilidade
subjetiva de uma ação[142]. A
ignorância inculpável pode diminuir a responsabilidade de um pecado
objetivamente grave, ou até “aboli-la definitivamente” [143].
Também na vida moral vale a “lei do crescimento” [144], do
amadurecimento da personalidade e, consequentemente, da responsabilidade. Tal
amadurecimento exige a ajuda da sociedade, formação e educação adequada[145] e a
ajuda da graça[146].
O
artigo sobre o primeiro mandamento
trata das “virtudes teologais” [147],
antes de tratar das formas errôneas de atitude religiosa (superstição,
idolatria, magia, ateísmo, agnosticismo). Dá-se importância especial à
obrigação de a sociedade cultuar a Deus e ao direito à liberdade religiosa[148]. A
santificação do nome de Deus e a santificação do Dia do Senhor são ressaltadas
nos artigos sobre o segundo e o terceiro mandamento. No artigo sobre o quarto mandamento, fala-se da família no plano de Deus. O quarto
mandamento abrange, num sentido mais amplo, a relação com as diversas formas de
autoridade, até mesmo a relação entre Estado e Igreja[149].
Positivamente, trata-se de uma postura de respeito que devemos primeiramente a
nossos pais[150], mas também às
autoridades[151]. Nesse sentido, faz-se
referência, por exemplo, ao direito (e às vezes dever) que o cidadão tem de
apresentar suas justas reclamações contra o que lhe parece prejudicial à
dignidade das pessoas e ao bem da comunidade[152], e
ao dever que as nações mais desenvolvidas têm de acolher os estrangeiros “na medida
do possível” [153]. Fala-se também dos
deveres dos pais[154] e
das autoridades públicas[155]. O
artigo sobre o quinto mandamento
discorre sobre o respeito pela vida humana. Respeito que pode significar também
a proteção da vida mediante as diversas formas de legítima defesa[156].
Todas as formas de homicídio são proscritas pelo quinto mandamento[157]. O
respeito à dignidade humana exige respeito tanto pela alma como pelo corpo[158]. O
esforço pela paz, enquanto condição para o bem comum[159] faz
parte do quinto mandamento[160]. No
sexto mandamento, aponta-se
primeiramente o chamamento de todos à castidade enquanto bem-sucedida
integração da sexualidade na pessoa[161].
Por isso as faltas contra o sexto mandamento são tratadas como ofensas à
castidade[162]. O sexto mandamento
significa positivamente um sim ao amor e à fidelidade conjugal[163], e
condena tudo o que ofende a dignidade do matrimônio[164]. O sétimo mandamento fundamenta-se na
virtude da justiça[165] e
diz respeito ao trato correto dos bens terrenos. Fala-se do roubo[166],
mas também da preservação da criação, do trato com os animais[167], da
justiça econômica e social, da solidariedade entre as nações e do amor concreto
pelos pobres[168]. O oitavo mandamento exige a virtude da veracidade[169].
Requer o testemunho em favor da verdade e do Evangelho[170].
Merecem atenção as referências a uma ética das comunicações[171] e
aos temas da verdade, da beleza e da arte sacra[172]. A
exposição sobre o nono e décimo mandamentos estabelece uma ponte
dos Dez Mandamentos e as Bem-aventuranças: pureza e pobreza de coração
mostram-se como as duas atitudes positivas que correspondem a esses mandamentos[173].
A
terceira parte termina como iniciou: como uma referência à meta última da vida
humana: a eterna felicidade. Por esse caminho da perfeição, o Espírito e a
Esposa chamam aquele que os ouve à comunhão perfeita com Deus [174].
Oração na Vida Cristã
A
parte IV é proposta como introdução prática à vida de oração, sem perder de
vista o enfoque doutrinal adequado que há de supor. Porque o mistério da fé
exige que os cristãos creiam, celebrem e vivam relação vivente e pessoal com
Deus vivo e verdadeiro. Esta relação é a oração [175].
Tal objetivo alcança-se, antes de tudo, mediante a introdução na revelação
trinitária da oração, porém também recorrendo à experiência orante dos santos e
da tradição espiritual, tanto do Oriente como do Ocidente. O pai-nosso é
meditato como “resumo de todo o evangelho” [176]. E
a oração a Maria é apresentada, em perspectiva profundamente ecumênica, como
comunhão[177] com aquela que é pura
transparência de Cristo, a que “nos mostra o caminho” [178].
A
Seção I da parte IV trata da oração em geral, iniciando-se com uma espécie de
definição da oração[179]. A
oração é primeiramente dom de Deus. “Deus tem sede que tenhamos sede dele” [180]. O
dom da oração corresponde ao anseio do homem. Orar é um ato humano; é a
expressão daquela procura por Deus que o Criador colocou no coração do homem e
da qual presta testemunho a busca de todas as religiões[181].
“A
revelação da oração” começa com a criação do homem por Deus. O homem é ser
orante desde sua origem[182]. A oração
incita o homem a se aprofundar cada vez mais em sua fidelidade a Deus. Abraão,
Moisés, Davi, os profetas são etapas desse crescimento[183]. Os
salmos constituem a forma sublime da oração no Antigo Testamento[184]
constitui o centro misterioso de atração para a oração da Igreja[185].
Jesus ensina a orar, na medida em que ele próprio ora[186].
Enquanto verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, ele não somente ensina a orar, mas
também acolhe a oração, investido de plenos poderes[187], A
oração da Igreja desabrocha sob a ação do Espírito Santo[188]
como bênção e adoração[189],
como súplica e intercessão[190],
como ação de graças e louvor[191]. A
“Eucaristia contém e exprime todas as formas de oração” [192].
Um
capítulo especial é dedicado à tradição, à transmissão viva, e consequentemente
ao aprendizado da oração[193].
Essas “fontes da oração” são a Palavra de Deus, sobretudo as três “virtudes
teologais”: fé, esperança e caridade. O amor é a fonte mais profunda da oração[194]. O
amor sabe viver no “hoje” de Deus[195].
Para aprender a oração precisamos não apenas de mestres da oração, mas também
de um ambiente favorável[196].
Fiel
à visão trinitária do Catecismo, o “caminho da oração” é apresentado como
oração no e ao Espírito Santo, em e a Jesus, o caminho para o Pai[197]. A oração em comunhão com Maria tem um lugar de
destaque na oração da Igreja[198].
Não poderia faltar no Catecismo um breve comentário sobre a Ave-Maria[199].
Tem
um significado todo especial a exposição sobre as três formas de expressão da
vida de oração: a oração vocal, a meditação e a oração mental, sendo que esta
última pode também ser chamada de oração mística ou contemplativa[200], O
trecho sobre a oração mental parte da conhecida definição de Santa Teresa
D´Ávila, segundo a qual “a oração mental é apenas um comércio íntimo de amizade
em que conversamos muitas vezes a sós com esse Deus por quem nos sabemos amados”
[201]. A
leitura reflexiva desse trecho é um convite para se procurar, com o auxílio do
próprio Deus, o caminho da oração interior.
Há
um trecho especial dedicado ao combate da oração. Quem ora, conhece essa
batalha: com a dispersão, a aridez, o tédio, a falta de confiança, a luta pela
perseverança e pela fidelidade; sabe também como é imprescindível pedir a graça
da perseverança final[202].
A
Seção II é um comentário sobre o Pai-nosso, a Oração do Senhor, em grande parte
baseado na riqueza dos comentários feitos pelos Padres da Igreja. Nisso podemos
ver mais uma vez, de forma bastante clara, que o Catecismo também é um livro
para a meditação.
Diz
o Catecismo que o Pai Nosso é a oração da Igreja e que este dom indissociável
das palavras do Senhor e do Espírito Santo que lhes dá vida no coração dos
crentes, a Igreja o recebeu e viveu desde as origens. Os três primeiros pedidos têm por objeto a
Glória do Pai: a santificação do Nome, a vinda do Reino e o cumprimento da
Vontade divina. Os quatro seguintes apresentam-lhe nossos desejos: esses
pedidos concernem à nossa vida, para nutri-la ou para curá-la do pecado, e se
relacionam com nosso combate visando à vitória do Bem sobre o Mal[203].
Pelo “Amém” exprimimos nosso “Fiat”
em relação aos sete pedidos: “Que assim seja” [204]
A
elaboração deste trabalho permitiu-me antever que a aplicação do Catecismo da
Igreja Católica é muito útil na questão da transmissão, dos métodos e da
tradução, mas nada se compara a sua função mais nobre que é oferecer uma
catequese para os catequistas, revelando-se um livro de fé fundamental para os
transmissores da fé e uma valiosa ajuda para todos aqueles que querem conhecer
melhor sua fé.
Para
concluir este trabalho vale destacar a declaração de Bento XVI sobre a
singeleza e importância do Catecismo para a fé católica: “foi apresentada a um
bispo já idoso, muito respeitado por sua erudição, uma das últimas redações do
Catecismo antes da publicação, para que fosse por ele avaliada. Ele devolveu o
manuscrito com uma expressão de alegria. Sim, disse ele, nisso é que minha mãe
acreditava. Estava feliz porque a fé, que ele aprendera quando criança e que o
conduzira ao longo de sua vida, estava ali expressa em palavras, em toda a sua
riqueza e beleza, mas também em toda a sua simplicidade e indestrutível
identidade. Essa é a fé de minha mãe: a fé de nossa mãe, da Igreja. Para esta
fé é que o Catecismo nos convida”.
Referências
A BÍBLIA DE JERUSALÉM. Nova edição,
revista e ampliada. 6ª. Reimpressão. São Paulo: Paulus, 2010.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA: Edição
Típica Vaticana. São Paulo: Loyola, 2000.
HASTENTEUFEL, Dom Zeno. O Catecismo ao
Alcance de Todos: Uma síntese do catecismo da Igreja Católica. Brasília,
Edições CNBB, 2013.
NAVARRO, V. M. DICIONÁRIO DE CATEQUÉTICA.
São Paulo: Paulus, 2004.
RATZINGER, Joseph – Breve Introdução ao
Catecismo da Igreja Católica. 1 Ed. Aparecida, SP: Santuário, 1997.
SANTA SÉ. Symbolum – Percursos e
aprofundamentos sobre o Catecismo da Igreja Católica. Brasília: Edições CNBB,
2014.
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[3] CIC 191
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[28] CIC 313
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[36] CIC 422-682
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[38] CIC 512-570
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[43] CIC 595-617
[44] CIC 638
[45] CIC 694-701
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CIC 988-1060
[53]
CIC 1064
[54] CIC 1324
[55] CIC 1115
[56] CIC 1116
[57] CIC 1077-1083
[58] CIC 1359-1361
[59] CIC 1084-1090
[60] CIC 1091-1109
[61] CIC 1103
[62] CIC 1105-1107
[63] CIC 1100-1102
[64] CIC
1113
[65] CIC 1136-1144
[66] CIC 1145-1152
[67] CIC 1153-1162
[68] CIC 1163-1178
[69] CIC 1179-1186
[70] CIC 2500-2502
[71] CIC 1204-1206
[72] CIC 1214-1216
[73] CIC 1113-1116; 1210
[74] CIC 1286-1292
[75] CIC 1234-1245
[76] CIC 1246-1274
[77] CIC 1250-1252
[78] CIC 1261
[79] CIC 1262-1266
[80] CIC 1290-1292
[81] CIC 1308
[82] CIC 1245-1355
[83] CIC 1362-1372
[84] CIC 1380
[85] CIC 1391-1397
[86] CIC 1398-1401
[87] CIC 1130
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[89] CIC 1458; 1470
[90] CIC 1432, 1439, 1456, 1465
[91] CIC 1474-1477
[92] CIC 1506-1510; 1512
[93] CIC 1521
[94] CIC 1522
[95] CIC 1523-1525
[96] CIC 874-899
[97] CIC 1544-1547
[98] CIC 1548
[99] CIC 1585-1588
[100] CIC 1602-1617
[101] CIC 1618-1620
[102] CIC 1620
[103] CIC 1642
[104] CIC 1658
[105] CIC 1667-1670
[106] CIC 1674-1676
[107]
CIC 1690
[108] CIC 27-30; 1718-1719.
[109] CIC 1972
[110] CIC 2062
[111]
CIC 2053
[112]
CIC 2055
[113]
CIC 1995
[114] CIC 1693-1695
[115] CIC 1697-1698
[116] CIC 1701-1709
[117] CIC 1716-1724
[118] CIC 1730-1742
[119] CIC 1749-1756
[120] CIC 1762-1770
[121] CIC 1776-1794
[122] CIC 1803-1811
[123] CIC 1812-1832
[124] CIC 1846-1848
[125] CIC 1849
[126] CIC 1850
[127] CIC 1845-1856
[128] CIC 1865-1869
[129] CIC 1877-1942
[130] CIC 1949
[131] CIC 1965-1974
[132] CIC 1985
[133] CIC 1996-2005
[134] CIC 2006-2011
[135] CIC 2012-2016
[136] CIC 2031;2041
[137] CIC 2057
[138] CIC 1052-1055
[139] CIC 2064-2068
[140] CIC 2074
[141] CIC 1067, 2083, 2197
[142] CIC 1735
[143] CIC 1860
[144] CIC 2343
[145] CIC 2344
[146] CIC 2345
[147] CIC 2095-2109
[148] CIC 2104-2109
[149] CIC 2244-2246
[150] CIC 2214-2220
[151] CIC 2238-2243
[152] CIC 2238
[153] CIC 2241
[154] CIC 2221-2231
[155] CIC 2235-2237
[156] CIC 2263-2267
[157] CIC 2268-2269
[158] CIC 2284-2301
[159] CIC 1909
[160] CIC 2302-2317
[161] CIC 2337-2347
[162] CIC 2351-2359
[163] CIC 2360-2379
[164] CIC 2380-2391
[165] CIC 2407
[166] CIC 2408
[167] CIC 2415-2418
[168] CIC 2443-2449
[169] CIC 2468
[170] CIC 2471-2474
[171] CIC 2493-2499
[172] CIC 2500-2502
[173] CIC 2518; 2546
[174]
CIC 2550
[175] CIC 2558
[176] CIC 2761
[177] CIC 2673
[178] CIC 2674
[179]
CIC 2559-2565
[180]
CIC 2560
[181]
CIC 2566
[182]
CIC 2569
[183]
CIC 2570-2584
[184] CIC 2585-2589
[185] CIC 2598-2606
[186] CIC 2607-2615
[187] CIC 2616
[188] CIC 2623-2625
[189] CIC 2626-2628
[190] CIC 2629-2636
[191] CIC 2637-2643
[192] CIC 2643
[193] CIC 2650-2651
[194] CIC 2658
[195] CIC 2659-2660
[196] CIC 2683-2691
[197] CIC 2664-2672
[198]
CIC 2617-2619; 2673-2675
[199]
CIC 2676-2679
[200]
CIC 2799-2719
[201]
CIC 2709
[202]
CIC 2725-2745
[203]
CIC 2857
[204]
CIC 2865
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