domingo, 13 de julho de 2014

Paixão e Ressurreição de Jesus, segundo São Lucas

Evangelho de São Lucas (Capítulo 22) - Parte III


           Durante toda Paixão Jesus conservará atitudes cheias de dignidade. Fica clara a liberdade com a qual Jesus atravessa esses momentos trágicos. A oração eucarística romana expressa essa atitude de Jesus: “No momento de ser entregue e de entrar livremente em sua Paixão”.

          Jesus é preso e levado à casa do Sumo Sacerdote. Enquanto Jesus passa pelo interrogatório e enfrenta o poder.  Jesus é considerado como Mestre pelo Sumo Sacerdote e, logo após, ao ser torturado pelos soldados é chamado de Profeta. A elite social e religiosa de Jerusalém, representada, pelos Sumos sacerdotes, o Sinédrio, Pilatos e Herodes, é a responsável direta e imediata da morte de Jesus. O poder romano, na pessoa do procurador Pilatos, é apresentado como aquele que autoriza a execução de Jesus, sob pressão dos chefes do Templo.

              Pilatos manda Jesus preso a Herodes Antipas, que, nestes dias, encontra-se em Jerusalém. Jesus é da Galileia, onde governa Herodes. O comportamento de Jesus diante de Herodes é impressionante. Não faz nada e não diz uma palavra. Para Herodes, Jesus pode ser um divertimento. De qualquer modo, Herodes e Pilatos tornam-se amigos (Lc 23,12). Os príncipes unem-se para conspirar contra o Ungido de Deus (Sl 2).

               Quem é Jesus?

              As autoridades já tinham decidido condenar e matar a Jesus. Mas qual seria um motivo plausível? Este é o problema da sessão oficial do Sinédrio, reunido ao amanhecer.

          És o Messias? Em outras palavras, seria Jesus o Messias-Rei esperado há tanto tempo para restabelecer o Reino de Israel, com toda a glória que este havia tido no tempo de Davi e Salomão? Se Jesus confessa que sim, os sinedritas o entregam aos romanos como inimigo do império. Mas Jesus não se identifica com o messianismo. Sua missão não é a de estabelecer uma dominação exploradora e opressora, e sim a de fundar o Reino da Justiça, que liberta e dá vida a todos.

           Notemos a progressão no modo como Jesus é visto: Mestre, Profeta, Messias-Rei, Filho do Homem, Filho de Deus.

              Esse foi o motivo pelo qual o Sinédrio condenou a Jesus. Um motivo religioso. Trata-se de uma manipulação da Lei. Não querem aceitar que a atividade de Jesus é uma atividade do próprio Deus, e por isso manipulam a Lei de Deus. O Sinédrio devia julgar Jesus pela Lei de Moisés e encontrar um motivo religioso para a condenação de Jesus. E eles conseguem o motivo manipulando genericamente a lei, exatamente como os poderosos costumam fazer para assegurar, seus próprios privilégios à custa da condenação do povo justo e inocente.


              A vontade de Jesus não está em oposição à do Pai. O próprio fato de proferir tais palavras mostra uma forte afirmação do desejo de Jesus de que a vontade do Pai prevaleça. É preciso cumprir a vontade de Deus.

Até Breve com a parte IV...







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