sexta-feira, 4 de outubro de 2024


 

Educação Católica - Documento de Aparecida

Descobrindo ou integrando a dimensão religiosa e transcendente


        O Documento de Aparecida, ao abordar a Educação Católica, diz " A Igreja é chamada a promover em suas escolas uma educação centrada na pessoa humana que é capaz de viver na comunidade oferecendo a esta o bem que a Igreja possui. Diante do fato de que muitos se encontram excluídos, a Igreja deverá estimular uma educação de qualidade para todos, formal e não formal, especialmente para os mais pobres. Educação que ofereça às crianças, aos jovens e aos adultos o encontro com valores culturais do próprio país, descobrindo ou integrando neles a dimensão religiosa e transcendente" (DA no.  334).

    A missão que, com grande esperança, a Igreja confia à educação reveste-se de um significado cultural e religioso de importância vital, pois diz respeito ao futuro da própria  humanidade. A renovação no modo de pensar a educação irá tornar os agentes da sociedade, envolvidos com atitudes cristãs, capazes de corresponder ao carisma e a missão que lhes foram confiadas para atuarem como discípulos e missionários de Jesus Cristo e, com coragem, corresponderem ao dever de levar a mensagem do Evangelho aos vários cantos do mundo. Ai de mim se não pregar o Evangelho (1 Cor 9,16).

         A ação salvífica da Igreja, sobre as diversas culturas existentes, realiza-se, antes de tudo, por intermédio das pessoas, das famílias e dos educadores. Assim, a todos que pertencem ao Corpo místico de Cristo. Portanto, é crucial que todos e cada um de nós tomemos consciência desta importante missão, auxiliados pelos ensinamentos do documento de Aparecida. Juntos devemos atuar para que a força do Evangelho penetre e regenere as mentalidades e os valores destrutivos dominantes e que inspiram cada uma da culturas e são contrários ao plano de amor de Deus para a humanidade. 

         Sabemos que a educação está inserida em um contexto de dificuldades, mas a esperança nos move a vencê-las (Rm 15,13), sobretudo em razão da importância, urgência e necessidade da causa maior da evangelização. Nossa amada Igreja e o mundo têm grande necessidade do testemunho de bons e comprometidos educadores, com suas contribuições competentes, livres e reesposáveis. "Não vos chamo  servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor, mas chamei-vos amigos, pois tudo quanto ouvi do Pai vos dei a conhecer" (Jo 15,15).

          São muitos os espaços onde podemos e devemos entrar no debate, a saber:

          I - Nos excessos da vida técnica voltada para o sucesso. É um drama humano e precisamos superar o medo e ter coragem para pensar além do pão terrestre.

                 II - A racionalidade, que nos permita trabalhar a indagação acerca do princípio e o fim último das coisas, pois a razão humana é escatológica por natureza, ou encontra Deus ou encontra o vazio.

               III - A riqueza e o patrimônio do Magistério da Igreja e sua identidade milenar para além do senso comum contemporâneo.

           Podemos afirmar que o zelo pastoral da nossa amada Igreja em todo este contexto está relacionado com o respeito à diversidade e direitos das minorias e na busca da emancipação da pessoa humana no plano intelectual, ético, social e espiritual. Não podemos nos esquecer de que o fator espiritual é uma tendência natural do ser humano, na busca da transcendência, sobretudo quando a pessoa toma consciência da fragilidade de sua própria existência.


Referência: Documento de Aparecida










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