Sofrer sem nunca deixar de Amar
Nosso Senhor aceita o amor na forma que oferecemos a Ele e não devemos viver o presente e os dias futuros com os olhos apenas no retrovisor. O amor de Jesus Cristo nos trás a esperança e Ele sentou conosco para que não ficássemos sentados nos nossos pecados. Santo Agostinho nos ensina que fomos feitos para Deus e o nosso coração estará inquieto até não repousar em Deus. E de onde poderia surgir em nós a fonte do ser e da vida, senão de Deus? (Sl 99,3).
No início a experiência das trevas faz parte do mistério da fé. No evangelho encontramos a glória do Tabor e a aniquilação do Getsâmini. Encontramos essa atitude na vida dos santos, que vivenciam as iluminações mais fervorosas, bem como as desolações mais pesadas. É importante renunciar a certos pensamentos que são verdadeiros venenos: "Porquê aconteceu?" ou "Se não tivesse acontecido". O desafio maior é nos abrir a toda a vida, aprender a improvisar, a partir das dissonâncias e não apesar delas, para compor a sinfonia da nossa felicidade. "Alegrai-nos, alegrai-vos no Senhor".
Esse caminho a ser trilhado não é linear, pois indo e vindo, trevas e luz, tudo é graça e Deus nos conduz, e o tempo que é uma criatura é também o remédio para que possamos convalescer e suportar os dias cinzentos até que a cura ocorra pois a feridas não desaparecerão, como vimos igualmente dos Santos Estigmas de Jesus Cristo. É preciso uma fé plena e não gigantesca e, aos poucos, experimentaremos um novo começo alicerçados na nossa oração e, principalmente, na oração dos demais cristãos.
A misericórdia de Deus é o nosso conforto e devemos estar atentos ao Seu Chamado para a missão maior de evangelizar e reconhecê-lo no sofrimento dos irmãos e ser instrumento para manifestar-lhes e testemunhar-lhes a bondade e a palavra de Deus.
Amém